segunda-feira, 4 de março de 2013

Transmitindo amor e segurança


Como fazer seu filho se sentir amado e seguro desde pequeno

Os pequenos cuidados mostram ao bebê o quanto ele é querido e desejado. Essa sensação vai acompanhá-lo para sempre, ajudando-o a se tornar um adulto autoconfiante.
Acontece com todo mundo: um belo dia você se flagra diante do berço do seu bebê perguntando-se se é mesmo capaz de dar conta do recado de transformar aquele ser tão delicado em um adulto seguro de si, que saiba superar as frustrações da vida e se impor num mundo que a cada dia se torna mais impessoal e competitivo. Só de pensar no tamanho dessa responsabilidade dá um frio na barriga. Pois esse friozinho ainda vai assaltá-la muitas vezes. É inevitável! A boa notícia é que fazer do seu bebê uma pessoa confiante e segura não requer prática, habilidade nem pós-graduação em nada. Essa característica se constrói no dia-a-dia com pequenos gestos e atitudes que transmitem ao pequeno a sensação de ser amado. Entre pais e filhos, a linguagem do amor é intuitiva. Depende de sentimentos sinceros e não se deixa enganar por comportamentos ensaiados ou declarações da boca para fora.Para dizer "eu te amo" As maneiras de demonstrar sentimentos mudam de uma pessoa para outra e engana-se quem pensa que a mãe mais beijoqueira é a mais afetiva. Cada mulher tem um estilo e ninguém deve forçar comportamentos na tentativa de copiar um padrão. "É melhor encontrar a própria forma de comunicação com o filho, seja ela qual for", garante o psicólogo Antônio Carlos Amador Pereira, professor da Faculdade de Psicologia da PUC-SP. "O importante é o interesse e o afeto sinceros, pois bebês e crianças pequenas são muito mais sensíveis do que se imagina. Eles captam emoções que muitas vezes nem os adultos perceberam ainda." A simples presença, o interesse verdadeiro e a dedicação dos pais são as bases desse diálogo amoroso. A criança sente que, aconteça o que acontecer, os pais estarão por perto para ampará-la. É essa noção que desperta nela, desde já, as sementes da autoconfiança necessária para que se torne uma pessoa segura no futuro. "Inversamente, a criança negligenciada nas suas necessidades e sem o referencial de afeto de um adulto está sempre confusa e tensa. Por isso, tem mais probabilidade de se transformar num adulto inseguro", explica Amador Pereira.
Observe, converse, cuide
Ficar de olho no bebê e conversar com ele são os primeiros passos para fazê-lo se sentir amado. "O simples olhar é uma espécie de toque, que transmite muito à criança", ensina a psicóloga Ceres Alves de Araújo, também professora da Faculdade de Psicologia da PUC-SP. De tanto observar o bebê, aos poucos a mãe consegue identificar, por exemplo, se a careta é de dor ou de pura manha. Com isso, atende às necessidades da criança e dá a ela a noção de ser amparada: "Nos primeiros meses, a sensação boa de ser amado vem sobretudo dos cuidados básicos", completa. Também a fala é, desde muito cedo, uma forma de tranqüilizar a criança e reafirmar que ela está no centro das suas atenções e do seu amor. Só de ouvir a voz da mãe, o bebê sente-se amparado pela sua presença e, mesmo sem entender tudo o que é dito, capta as emoções. "Acostumei o Guilherme a ficar mais no carrinho e no berço do que no colo. Mas, para mostrar que estou por perto e deixá-lo feliz, vou conversando e contando historinhas enquanto cuido de outras atividades. É o suficiente - ele fica calmo e em paz", afirma a dona-de-casa Kátia Regina Castro, 27 anos, mãe de Guilherme, 5 meses. De fato, a voz da mãe tem um efeito mágico, mas é preciso ficar atenta às emoções que estão sendo transmitidas. Já reparou que basta aumentar o volume da voz para que o bebê já arme uma carinha de choro? Não se engane: as anteninhas dele estão sempre ligadíssimas e são um radar poderoso para perceber irritações e tensões. Não significa que apenas os filhos criados em ambientes de absoluta tranqüilidade tenham chance de se transformar em adultos saudáveis. "A criança pequena aprende por repetições. Uma instabilidade emocional de vez em quando vai ser captada, mas não ficará registrada na memória por muito tempo. Gritos, brigas e outros deslizes começam a atrapalhar o desenvolvimento emocional do bebê quando se tornam constantes", alerta Amador Pereira.
A força do carinho
Nos primeiros anos de vida, o contato físico pode ser uma declaração de amor mais eficiente do que as palavras. Massagear o bebê, acariciar-lhe o rosto e deslizar as mãos de leve pelas costas dele no banho proporcionam intenso bem-estar ao pequeno. "O toque faz a criança sentir-se segura e protegida, além de ser prazeroso para ambos", afirma Ceres Araújo.
Esse envolvimento mútuo é mesmo o segredo do sucesso, na opinião do psicólogo Amador Pereira: "O toque precisa vir acompanhado de uma emoção que parta da mãe em direção ao filho. Movimentos automáticos não dizem nada para a criança. Se a mãe pega o bebê no colo, mas não está atenta àquele contato, a criança logo percebe e fica desconfortável. É que, apesar do gesto, ela capta a displicência da mãe e não relaxa". Ao contrário, quando a mãe também está envolvida emocionalmente, o bebê sente-se acolhido e se entrega. A empresária Ana Luísa Almeida, 37 anos, costuma massagear Pedro, 13 meses, desde bebezinho. "No começo, a intenção era prevenir as cólicas. Hoje funciona como uma verdadeira terapia para os dois. O Pedro sorri e faz gracinhas o tempo inteiro. Uma delícia!", conta. Esses momentos de carinho reafirmam à criança o quanto ela é importante - meio caminho andado para o desenvolvimento de uma auto-estima elevada, sem a qual não se constrói uma personalidade segura. Afinal, quem gosta de si mesmo e tem consciência do próprio valor tende a ser mais independente e pouco vulnerável à necessidade de aprovação alheia.
Rituais preciosos
Curtir momentos especiais ao lado do bebê também é uma maneira de mostrar o quanto ele é importante na vida dos pais. A advogada Fabiane Torres, 27 anos, por exemplo, aproveita o tempo livre que passa com o filho, Victor, 2 anos, para brincar: "Ele sabe que, quando eu chego em casa, é hora da folia. A gente espalha giz de cera pelo chão e fica rabiscando até ele cansar. Outro momento gostoso é a hora de dormir. Eu o deito em minha cama e conversamos até ele pegar no sono. Só depois disso é que vai para o berço", conta. Por mais simples que sejam, esses instantes de carinho que se repetem dia após dia acabam se transformando em rituais que marcam profundamente a vida da criança. O bebê gosta de sentir que alguns momentos da rotina materna são dedicados exclusivamente a ele.
Cabe a cada mãe estabelecer esses intervalos em seu dia-a-dia e descobrir a melhor maneira de se divertir ao lado do filho. Além de reforçarem na criança a noção de sua importância na vida da mãe, esses rituais diários transmitem uma relevante mensagem de estabilidade. Diferentemente dos adultos, crianças pequenas são fãs da rotina - não curtem pratos novos, olham com desconfiança pessoas desconhecidas e ficam de mau humor quando o horário da soneca atrasa. A repetição de rituais é interpretada por elas como sinal de que tudo está bem, o que lhes dá a segurança necessária para - aí, sim - fazer as descobertas e tentativas naturais de cada fase do desenvolvimento.
O prazer das novas descobertas
À medida que cresce e se torna mais independente, a criança começa a sentir prazer em exercitar sua autonomia. Quer sentar sem ajuda, arriscar os primeiros passos, tentar comer segurando a colher nas próprias mãos... São momentos de descoberta muito importantes e que devem ser reforçados pelos gestos de amor dos pais. "Permitir que o bebê faça as suas experiências, sem interferir, é um ato de amor fundamental para o bom desenvolvimento dele", alerta Amador Pereira. Claro que é preciso estar por perto para socorrê-lo nas tentativas mais desastrosas. Mas pais superprotetores ou que não deixam a criança à vontade acabam criando filhos inseguros e sem iniciativa. Desde que teve o primeiro bebê, a operadora de telemarketing Renata Cristina do Amaral, 26 anos, procurou dar a ele muita liberdade. "O Gabriel hoje está com 10 meses e já anda. Acho que é porque, desde cedo, ele fica à vontade em casa. Preparamos o ambiente, tirando tudo o que pudesse machucá-lo, e o deixamos livre para encarar suas descobertas sem risco. Estou sempre atenta, mas ele faz suas tentativas por conta própria. Acho importante meu filho sentir que suas conquistas vêm do esforço pessoal", conta. Acertadíssimo! E nada melhor para reforçar a segurança do seu pequeno desbravador do que comemorar essas primeiras vitórias com muitas palmas, sorrisos e carinhos. Ele precisa disso para se sentir estimulado a ir adiante e a completar seu desenvolvimento de modo saudável. É assim que aprende a importância de confiar em si e de encarar os desafios que a vida impõe e imporá.
Cada fase, um cuidado
O desejo de afeto continua o mesmo em todas as idades, mas as necessidades do bebêmudam de acordo com a etapa do desenvolvimento. Confira, a seguir, o que é mais importante a cada fase para reforçar no seu filho a sensaço de que ele é muito amado.
Até 6 meses
O bebê é totalmente dependente e sua primeira percepção de afeto vem dos cuidados que recebe. O leite oferecido quando ele sente fome, o agasalho no frio e a troca de fralda são atenções que lhe transmitem a noção de estar sendo amado e amparado pelos pais. O contato físico também é importantíssimo, e o seio da mãe que amamenta retoma com o filho a ligação antes feita pelo cordão umbilical. Além de amamentar, a mãe passa seu carinho abraçando o bebê, cantando, sorrindo e tocando-o no rosto e no corpo.
De 6 a 12 meses
Os cuidados, o toque e a conversa continuam importantes, mas é hora de começar a colocar alguns limites. Seu filho está mais independente, consegue se distrair sozinho e já não precisa ser socorrido sempre de modo imediato. Ele pode e deve aprender a tolerar esperas. Não se impressione com um chorinho ou outro. O choro é uma forma de comunicação da criança e não necessariamente significa sofrimento. Então, muita calma e tranqüilidade ao atender o bebê.
De 12 a 18 meses
A posição dos pais vai se modificando. Eles devem estar presentes, mas sem interferir a todo momento nas atividades da criança. Nesse período, a criança já começa a atribuir significado às palavras. Por isso, converse bastante e estimule o bebê nos seus primeiros desafios: andar, correr, tentar brincadeiras diferentes. Reserve seu lugar na platéia e não tenha medo de aplaudir cada pequena conquista.
De 18 a 24 meses
O bebê interage muito mais com os pais e aceita brincadeiras e passatempos cada vez mais complexos. É a oportunidade para os pais entrarem no mundo de imaginação da criança. O simples fato de participar de uma brincadeira proposta pelo filho já transmite segurança e afeto. Comece também a tomar precauções com o que diz. O bebê já entende boa parte do vocabulário utilizado pelos pais, ainda que não consiga reproduzir todas as palavras. A partir de agora, os pais devem dar explicações mais completas às dúvidas da criança. E o ideal é que toda advertência feita ao bebê seja acompanhada de uma justificativa. Se entender o porquê de uma proibição, seu filho vai perceber que, por trás do que parece punição, há, na verdade, uma boa dose de amor.



Criando filhos seguros


12 dicas para criar um filho seguro e preparado para o mundo real



1.Tenha clareza dos seus princípios e valores, pois, consciente ou inconscientemente, eles serão a base para a educação do seu filho. O casal deve estar bem afinado, para que ambos eduquem na mesma direção. Caso não estejam, conversem, conversem, conversem.
2. Nunca corrija o marido ou a mulher na frente do filho. Isso abala a autoridade e dá insegurança à criança, que passa a não confiar na educação dada, e buscará outros meios para se educar. Se você não concordou com a ação do seu parceiro para com ela, é importante sim conversar, mas só os dois e a sós.
3. Deixe claro o que é “sim” e o que é “não” e os faça valer. E, desde muito pequeno o seu filho irá tentar fazer você mudar de opinião. Assim, antes de dizer algo, tenha certeza do que você quer. Isso ajuda também a evitar os acordos, que acabam por atrapalhar a confiabilidade da educação dada ao filho.
4. Não diga hoje uma coisa e outra amanhã. Isso confunde a criança e traz insegurança de como ela deve agir. Nem diga uma coisa e aja de forma diferente, pois as ações dizem mais do que as palavras. E são por elas que seu filho irá se espelhar.
5. Quando a criança falar palavrões ou fizer alguma coisa que não seja propícia para a idade, ainda que seja engraçada, contenha-se.  Pois, todo ser humano gosta de reconhecimento, e ao rirmos, a criança entenderá que aquela ação a valoriza e assim a repetirá sempre, em qualquer lugar e situação.
6. Quando seu filho contar-lhe algo que fez de errado, tome cuidado com a sua reação, pois você pode fazer com que nunca mais ele lhe conte nada. Comece elogiando-o por estar contando a você. E, então faça a correção necessária com firmeza e ternura.
7. Não defenda o seu filho ou faça vista grossa quando ele estiver errado, pois ele perderá a confiança em você, e o mundo perderá a confiança nele.
8. Não arrume o que ele deixar espalhado ou assuma suas tarefas, erros ou problemas. Ensine-o desde pequeno a ter responsabilidades com as suas ações e obrigações.
9. Elogie as conquistas do seu filho. Mas, não faça elogios falsos ou exagerados, pois isso distorcerá a construção que ele faz de si próprio, além de desmotivá-lo a continuar progredindo.
10. Não dê tudo o que o seu filho pede, nem tenha medo de frustrá-lo ou que ele viva os sacrifícios que você viveu. Ensine-o a analisar o que quer, o por que quer e a conquistar o que se quer.
11. Assuma a educação do seu filho. Caso contrário, alguém o fará. E quem será? É um risco alto, que não vale a pena correr.
12. E, qual a idade em que devo começar? A partir de agora, pois as aprendizagens de hoje, ajudarão seu filho no aqui e agora, e servirão de base para as construções de amanhã. E bem sabemos que um bom alicerce diz da segurança, do equilíbrio e da boa estrutura de uma construção. Assim, ajude o seu filho a estar seguro, preparado e pleno.

Boas-vindas 2013






Estamos recomeçando os trabalhos com nosso BLOG após a pausa de fim de ano. E para dar boas-vindas a todos vocês, que tal uma bela poesia? Afinal, é sempre muito bom...