sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tempo para os filhos : Qualidade ou Quantidade ?


Christiane Lima

Não é de hoje que ouvimos a famosa expressão “O importante não é a quantidade, mas a qualidade”. Mesmo assim esse dilema continua a atormentar muitos pais. Alguns porque desejam estar mais próximos dos filhos e outros se aproveitam dessa “máxima” para justificarem sua ausência. Afinal de contas, de quantas horas se faz um pai ou uma mãe? É possível ser mães e pais educadores com pouco tempo? De quanto tempo precisam os filhos? Será que o tempo de qualidade é suficiente?
Para muitos, aguardar a chegada de um filho e planejar como criá-lo, essencialmente é sinônimo de: “Em qual escola iremos matriculá-lo?” ou “Em qual creche iremos deixá-lo?”. Entretanto é preciso lembrar-lhes que quando se tem um filho (planejado ou não), torna-se obrigatório arrumar espaço para ele em sua vida pessoal e profissional, pois a falta de tempo tem sido classificada como uma das razões que mais desencadeia problemas emocionais durante a infância, já que é no seio da família que os valores e a personalidade de cada um tende a se formar e consolidar. E para que tudo transcorra de maneira benéfica, a presença dos pais é essencial e deve ser priorizada. Dessa forma, em se tratando do processo de educação dos filhos não se deve deixar que prevaleçam os “empecilhos”, pois vale lembrar que o que for plantado hoje, certamente será a colheita de amanhã.
De um modo ou de outro, o certo é que vivemos um momento singular na história da educação, pois a jornada de trabalho torna-se cada vez mais exigente; às vezes trabalhar e educar os filhos ficam sob a responsabilidade de apenas um dos cônjuges ou ainda o desejo de realização profissional faz com que coloquem a atenção às crianças em segundo plano, pois imaginam que o resultado financeiro e os bens materiais que podem oferecer legitimam a ausência dentro do lar.Ora, colocar um filho no mundo e mantê-lo é bem mais que dar-lhe comida, roupas, brinquedos e escola. É imprescindível que haja uma convivência afetiva, a qual consiste em conversar, ouvir, brincar, educar... E isso tudo se constrói no dia-a-dia, pois diversamente do que muitos crêem ser um profissional de sucesso e pais dedicados não são tarefas incompatíveis e somente obtêm sucesso os pais que se propõem a disponibilizar tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, observando atentamente sua evolução de comportamento e personalidade. Essa presença se constitui em um elemento formador da estreita relação que deve existir entre ambos, dos laços que devem ser edificados e fortalecidos diariamente, portanto esta deve ser valorizada e honrada, no verdadeiro sentido da palavra, que me perdoem o trocadilho, “enquanto há tempo”. 
E querem saber mais? temos que considerar que nem sempre são os pais que não encontram tempo, às vezes são as crianças que não têm espaço para viverem sua infância e estarem com seu pais, sendo sobrecarregados com inúmeras atividades extras. Tudo bem que atualmente existe uma necessidade de agregar mais conhecimentos aos filhos. Mas será que eles precisam aprender tudo ao mesmo tempo?Essa sobrecarga é prejudicial tanto para os pais quanto para os filhos que não usufruem da convivência familiar. E mais tarde, estes adolescentes que não encontram amor e segurança “dentro de casa”, tendem a ir procurá-lo com terceiros (nem sempre confiáveis), como forma de suprir a carência.
Muitos pais que não criam espaço em suas vidas para os filhos também sentem-se culpados por saberem que não estão oferecendo tudo que a criança necessita, portanto  têm receio em ensinar limites e tentam compensar com presentes ao invés de dar-lhes o que mais desejam “tempo” (leia-se amor, atenção ...). É necessário ter consciência de que a qualidade é importante sim, mas deve estar sempre associada à quantidade. Vamos transformar essa teoria em resultados práticos e positivos? Se a relação for afetiva, contínua e imutável, a distância será apenas um detalhe. Mas como conseguir essa fórmula?  Telefonemas, torpedos, bilhetes, programas no final de semana, conversas no carro, durante as refeições. Caso não seja de costume buscá-los ou deixá-los na escola, vale a pena o esforço para fazer essa “surpresinha” de vez em quando. E tem mais: se prometeu ligar, faça-o na hora combinada, isso é essencial para demonstrar cuidado e dedicação. Mantenha sempre contato com o colégio e procure conhecer de perto suas amizades... E o mais importante de tudo isso: não tenha receio de sempre deixar muito evidente o quanto ama seu filho(a). Mesmo sendo escasso o tempo, carinho e afeto são grandes exemplos do quanto a relação pode ser positiva. Em outras palavras, é impossível não adequar tantas possibilidades à qualquer profissão. Essas iniciativas e gestos tão simples, com certeza darão maiores probabilidades de que eles cresçam mais felizes, transformando-se em adultos plenamente capazes de conviver em sociedade e futuramente também exercerem seus papéis de pais, mães e profissionais com total equilíbrio e harmonia.

Não quero com tudo isso dizer que criar filhos é tarefa das mais simples. Quem nunca ouviu : “ser mãe (ou pai) é padecer no paraíso” ? Ter filhos requer maturidade, renúncia e abnegação voluntárias (com coerência, é claro !) em prol de um ser que depende dos pais para sobreviver (em todos os aspectos). Sabemos que pais perfeitos não existem, mas o essencial é que estejam sempre disponíveis, que sejam de fácil acesso e diálogo. A receita ideal não existe, a gente mistura um ingrediente daqui, outro dali ..uma pitadinha disso ou daquilo. Enfim, depende de cada um, mas é inquestionável que tempo em quantidade e qualidade estipula limites, promove a independência, cria laços de confiança e amizade entre pais e filhos, e isso pode significar uma família mais ajustada. Afinal de contas, criança aprende pelo exemplo que recebe e não por frases cheia efeitos, mas vazias em significados. É indispensável assumir também o papel de pais profissionais e não delegar esse ofício, o qual deveria ser intransferível. A interação entre pais e filhos é preciosa, cada minuto desse tempo é insubstituível, pois não volta atrás. Vale a pena priorizar a família, refletir e otimizar a utilização do tempo. Essa medida poderá ser um grande começo para uma sociedade melhor!

Christiane Lima é Assistente Social (formada pela Universidade Federal do Maranhão), Psicopedagoga, Especialista em Saúde da Família e professora universitária.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Turma do Coelho

Estamos aprendendo que a terra dá frutos!

Mas para isso, é preciso cuidar da terra...

... cultivá-la...

... trabalhar em conjunto...

... e só então poderemos colher o fruto do nosso trabalho! Quanto aprendizado!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Turma do Patinho

"O que será que tem na caixa?"


"Que legal! É o mascote da Turma do Patinho!"


"Nós gostamos muito do patinho..."
"...e do balãozinho também!"

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Está na hora de dormir...

Ao ouvir essa frase, seu filho obedece e vai rapidinho para a cama - mas não a dele, e sim a sua? Fique esperto: dividir os lençóis com a criança decididamente não é um bom negócio.

por Thais Szegö | foto Omar Paixão

 

Os especialistas são unânimes em achar que lugar de criança dormir é no quarto dela diga-se, para eles, desde a mais tenra idade. No caso do bebê, pela simples razão de que ele corre risco de danos físicos. "Durante a noite, os pais podem jogá-lo fora da cama ou mesmo rolar por cima dele e sufocá-lo", alerta o pediatra Gustavo Antonio Moreira, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O que está em jogo pra valer, porém, é o equilíbrio emocional. "A criança tem que desenvolver desde cedo a capacidade de ficar sozinha e enfrentar os próprios medos", afirma a psicóloga Célia Horta, de São Paulo. O pediatra Gustavo Moreira completa: "Do contrário, poderão surgir conflitos nas situações de separação mais corriqueiras, como uma viagem ou na hora de ir para a escola."

Limite. Essa palavrinha pode até parecer um tanto desgastada, mas se refere a um conceito que não perdeu a importância. "Os adultos têm que mostrar à criança que as coisas não são como ela quer", ensina a pedagoga Helô Reuter, proprietária e coordenadora pedagógica da Escola Aldeia, em São Paulo. O problema é tão comum que ela até distribuiu um texto para ajudar os pais de seus alunos a superarem essa fase. "Eles precisam se dar conta de que seus atos influem nos hábitos de sono dos filhos", lembra a enfermeira-obstetra Márcia Regina da Silva, responsável pelas aulas sobre o assunto para as gestantes que darão à luz na Maternidade São Luiz, em São Paulo. "O comportamento da criança pode evidenciar problemas na dinâmica familiar, como a superproteção", acrescenta Célia Horta.

Muitas vezes os pais adiam tomar uma atitude para tirar o filho do quarto porque, sem pensar, estão usando a criança como barreira para o diálogo entre eles. E é aí que mora o perigo. "Quando a criança deixa de pular na cama de casal, aqueles problemas que já existiam e que não foram discutidos ganham força e se tornam mais evidentes", observa a psicóloga Sueli Rossini, do Grupo de Pesquisa Avançada de Medicina do Sono do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Lições de boa noite 


 


Adote os truques ensinados pelos especialistas para seu filho dormir como um anjo (na própria cama, bem entendido):

Aproveite o começo da noite, horário em que ele está com mais sono, para colocá-lo na cama.

Não espere que durma no colo ou na sua cama para depois levá-lo para o berço.

Crie rituais na hora de dormir. Vale tomar água, leite morno ou mesmo pôr para tocar uma música suave à meia-luz.

"Coloque-o em uma banheira com água morna e faça movimentos suaves de vai-e-vem com o corpo", ensina Márcia Regina da Silva.

Conte uma história.

Deixe que um bichinho de pelúcia vá para a cama com ele. "É importante que faça isso apenas com um para que ele o identifique como o seu companheiro na hora de dormir", dá a dica Gustavo Antonio Moreira.

Se ele não pegar no sono de cara, apareça no quarto de vez em quando. Isso dá segurança, porque aí ele percebe que, embora tenha o seu canto, não está sozinho.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pais & Filhos

 
Sem medo de ser autoritário


Alguns pais contam que os filhos não aceitam o “não” como resposta, que não se convencem com as explicações que recebem, que não têm medo de castigo.
Na lida diária com os filhos, é difícil enfrentar os desafios que eles fazem. E até parece que eles identificam os dias em que os pais estão menos pacientes e mais enroscados com seus problemas para fazer as maiores e mais freqüentes provocações. Nós, adultos, que temos um cotidiano bem atribulado, em geral reagimos às demandas insistentes deles aumentando o tom de voz até chegar ao grito, ameaçando ou aplicando castigo ou desistindo, finalmente. Como nada disso costuma funcionar, vamos entender melhor a atitude deles.
Quando uma criança quer algo, ela não consegue se descentrar de seu querer de tão impositivo que ele é. É só por isso que eles não aceitam o não: porque não conseguem. Para que o “não” ganhe valor de proibição, de impedimento, os pais precisam ter atitude.

Em primeiro lugar, têm de ter a convicção de que estão fazendo uma imposição ao filho. Não se pode esperar que eles aceitem o não. Isso significa, muitas vezes, tirar o filho, com firmeza, da situação em que se encontra. Em segundo lugar, ajudar o filho a dirigir sua atenção a outra coisa, ou seja, a se descentrar daquilo que seu querer aponta. Tirá-lo da situação em que está temporariamente aprisionado e/ou apresentar outra interessante são estratégias que costumam funcionar; reagir com brincadeiras que o levem a “esquecer” o que queria, também. Mas são os pais, que conhecem seus filhos e têm com eles um determinado tipo de vínculo, as pessoas mais competentes para encontrar boas saídas para essas situações.

Não há, na maioria das vezes, jeito de convencer o filho a aceitar um “não”, a fazer o que os pais acham que ele precisa fazer. É preciso impor, com firmeza ou de modo lúdico, mas sem violência e sem medo de ser autoritário. Não é assim que fazemos quando é preciso levá-lo ao médico ou a tomar vacina, por exemplo?